Os filmes pornôs brasileiros sempre primaram pelo humor, voluntário e involuntário.
O voluntário geralmente começava pelo título e seguia pelas tramas absurdas e divertidas.
Mas era o humor involuntário que conseguia ser ainda mais engraçado. Diálogos prafrentex, galerinha “liberal” que mandava ver sem cerimônias, dublagens toscas e risíveis, e a quebra (na base da marreta) da tal quarta parede.
Neste filme, temos duas histórias. A primeira é sobre uma buceta que começa a falar (será que inspirada no francês “Le Sexe Qui Parle”?) e que atordoa (mas nem tanto) a vida de sua dona, vivida pela delicinha Sílvia Dumont (que até parece a versão brasileira da Tawny Pearl). Pena que na hora do vamos ver ela seja um tanto quanto inexpressiva. A empregadinha da história, entretanto, se entrega com mais paixão. Tanto que parece ter sido contratada apenas pelos belos boquetes “deep throat” que proporciona ao patrão e visitantes. Pro fim, é preciso dizer que a amiga Juliana (uma cópia da Veronica Hart) manda muito bem como coajuvante de luxo.
A história segue com seu jeitão surreal, até que, na hora em que o fiofó decide falar também, o riso, voluntário e/ou involuntário, torna-se inevitável.
Dito assim, parece bom demais. Mas calma.
A história segue com seu jeitão surreal, até que, na hora em que o fiofó decide falar também, o riso, voluntário e/ou involuntário, torna-se inevitável.
A segunda história vai ainda mais fundo (ops!) na surrealidade, com a história do pau que nasce na cabeça de Germano Vezani. O filme segue com sequências hilárias, que envolvem consolos na porta, sexo oral submarino, rosas na bunda, ejaculação fake com pau mole e muito mais. Mas hilário mesmo é o papo-aranha que o “unicórnio” usa para traçar o rabo da empregada. Ou a desculpa esfarrapada para comer a médica especialista (Sandra Midori). As cenas de sexo são rápidas, em sua maioria, além de faltar um certo cuidado nas composições. Ainda assim, Ody Fraga dirige com competência e ritmo, se compararmos com outras sacanagens toscas do período. E o humor latente torna tudo mais decente. Ou indecente, como queiram.
Senta no Meu, Que Eu Entro na Tua (1985)
Direção: Ody Fraga
Elenco: Sílvia Dumont, Germano Vezani, Sandra Midori, Débora Muniz
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