“Resurrection of Eve” é um filme estranho ao gênero. Para
começar, ousa ter uma narrativa, e fragmentada ainda por cima. Abre com uma
citação de William Blake ao pôr-do-sol (!). Ali, neste cenário à beira-mar, Eve,
ainda Mimi Morgan, relembra sua juvenil iniciação sexual, ou quase. Depois, a
fragmentação aumenta. Vemos uma pessoa hospital, completamente desfigurada e
coberta por bandagens. Um DJ de rádio faz sexo com sua namorada, mas parece não
estar satisfeito. Quando chega para entrevistar um lutador de boxe negro, acaba
conhecendo a amiga dele – Eve. Os dois se apaixonam e seguem-se cenas de
romance explícito, no mais puro estilo filmes água-com-acúçar. O sexo é então só
um acessório para realçar a paixão e, depois, o ciúme do DJ. Por conta disso
Eve se acidenta de carro e ganha um novo rosto (!): o de Marilyn Chambers. O
primeiro ato se encerra com o casamento da nova Eve com o DJ.

Quando a segunda parte começa, o filme perde a sua
inventividade. As cenas de sexo são mais explícitas, e Eve, com o novo rosto,
parece ter também aprendido a chupar e a meter. Mas o DJ, querendo experimentar
novos ares, sugere que ambos passem a frequentar surubas “temáticas”.


Na suruba final, ela acaba conhecendo a jeba afro-americana
de Johnnie Keys (o lutador de boxe do início) e decide dar um pé na bunda do
DJ. E fim.
Assim, o filme revela que se perdeu de forma geral. Não há
razão para a troca de atrizes no meio da história. Não há nenhuma função pra
tal reviravolta ou pra narrativa esquisita do começo do filme. E o que era promissor
se revela pífio, sem uma boa história. E sem um bom sexo.
Resurrection
of Eve (1973)
Direção: Artie
Mitchell e Jon Fontana
Elenco:
Marilyn Chambers, Matthew Armon, Mimi Morgan, Johnnie Keys, Kandi Jones
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