Walter (Richard Pacheco) é um agente de viagens loser e
sonhador. Ao dirigir pela rua, vê uma gostosa (Doroty LeMay) e, como a perde ao
dar a volta na quadra, acaba imaginando como seria se desse carona para ela, e
esta o convidasse para entrar. Esta primeira cena de sexo já nos revela o tipo
de filme que estamos prestes a assistir: bonito, bem cuidado e com cenas
caprichadas de sexo, capazes de transmitir paixão e tesão na mesma medida.
Mesmo com leves problemas de iluminação (sempre eles) em alguns momentos e com
poucas variações de posição, o que temos é um pornô acima da média.
Ao chegar no seu escritório, nosso herói recebe a visita de
um velhinho misterioso, que diz saber do tédio que é a vida de Walter, e
garante ter uma solução. O velho lhe dá um cartão e diz que estará o aguardando.
Walter desdenha, mas depois de receber o telefonema da esposa pentelha, que
manda o coitado buscar a sogra e ainda comprar peixe – que ele odeia – o desvio
na rota é natural e Walter segue até o escritório do tal Miracle Meyer – na
verdade um galpão abandonado. O velho diz possuir uma máquina do tempo, que
mais parece um brinquedinho de parque de diversões e, por dez dólares, pode
mandar Walter para uma foda de verdade no passado da humanidade. O coitado
duvida, mas resolve tentar. E vai parar no tempo de Cleópatra (Starr Wood), que
dá um belo trato no pobre homem. Ainda que o cenário egípcio se resolva com algumas
cortinas esvoaçantes e um figurino básico, as cenas de sexo, como eu já disse,
são bem cuidadas e autênticas. E as brincadeiras do roteiro básico são
divertidas. Depois da trepada, Walter diz para Cleópatra tomar cuidado com
Júlio César e com a cobra que vai mordê-la, mas esta considera o cara um falso
profeta e decide jogá-lo aos crocodilos, quando então Miracle intervém e salva
o mané.
No outro dia, Walter visita a Julieta do Romeu, provando
que, além de viajar no tempo, a máquina pode invadir a literatura também.
Julieta – a bela e gostosa Gail Sterling – acaba por montar em Walter, até que
Romeu aparece e Walter pede socorro, regressando ao nosso tempo com Julieta a
tiracolo. Ele a deixa num motel fuleiro, mas o velho Miracle diz que a moça
precisa ser devolvida, até porque o patrão do cara (Deus com voz de ator
pornô?!?) exige. Walter volta, só pra descobrir que a garota virou stripper,
está usando uma lingerie pra lá de sexy, e trouxe uma amiguinha (Gina Gianetti)
para brincar com o casal. Walter, no início, fica só olhando. E eis que a cena
lésbica é tão quente quanto às outras, talvez por culpa da beleza de Gail. Logo
em seguida, o threesome esquenta, ajudado pela trilha bem inserida, ainda que o
sexo se resuma a um oral, com um belo facial repartido pelas moçoilas. Quando
tudo parece acabar, eis que chegam duas “amigas” de Julieta, com um “cliente” a
mais, e a suruba pega fogo – ainda mais com Mai Lin e Lynn Franciss no meio. Closes bem
escolhidos ajudam a manter a intimidade, longe da distância incômoda com que
alguns filmam essas orgias com vários atores...
Só no final é que o filme derrapa um pouquinho. Talvez
porque o sexo fique mais breve. Walter fica incomodado com a frivolidade das
mulheres com quem transou. Quer alguém com mais classe. Mais mulher, mesmo.
Miracle sugere que no dia seguinte ele vai transar com Mata Hari. Em casa, na
cama, Walter beija sua esposa com um fervor que ele não parecia mais sentir.
Mas decide dormir e não vai em
frente. Num sonho, se encontra com Mata Hari (Nicole Black) e
ambos transam numa escada, nas sombras. Desta vez, as sombras são propositais
para criar um estilo noir. Mas o sexo não passa de uma rapidinha. Meio
frustrante.
No dia seguinte, Walter decide que não quer conhecer a tal
espiã. Prefere voltar à sua própria noite de núpcias e re-deflorar sua esposa.
Sendo ela a Samantha Fox, nada mais coerente. Ruim mesmo é a canção que embala
a foda dos dois. Foda esta que novamente é rápida, já que o boquete que a
Samantha faz não dura nem 15 segundos – um desperdício se pensarmos nas
habilidades natas desta verdadeira pornstar. Ainda assim, no enrosco geral, a
beleza natural de Samantha surpreende – ainda mais por ela estar quase loira (e
nunca a tinha visto assim). Incrível também é a capacidade de criar relações
convincentes, com beijos e olhares e coisas assim que quase não vemos nos
pornôs. Mas, infelizmente, o sexo não se consuma a contento. E chegamos ao fim
com uma sensação de que faltou alguma coisa...
Irresistible (1982)
Direção: Edwin Durell
Elenco:
Dorothy LeMay, Gail Sterling, Nicole Black, Samantha Fox, Mai Lin , Lynn Franciss, Starr
Wood, Melissa Daye, Gina Gianetti, Richard Pacheco
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