segunda-feira, 9 de abril de 2012

Oh! Rebuceteio – Yes, nós temos pornô decente!

Pra não dizer que eu só falo mal de pornô nacional, desta vez vou falar bem. Muito bem. Afinal, “Oh Rebuceteio” é um marco do nosso sexo explícito, nem tanto pela história, relativamente simples, mas pela realização caprichada.
A trama gira basicamente em torno de Letícia (Eleni Bandettini), aspirante a atriz que busca espaço em peça que está sendo montada pelo renomado diretor Nenê Garcia (Cláudio Cunha, o diretor do filme). Para ajudar no trabalho dos atores, novatos em sua maioria, o diretor incentiva a improvisação – que pende para a putaria, afinal estamos vendo um filme pornô.
Na seleção dos atores, Nenê já manda todos tirarem a roupa. E vem daí a primeira surpresa: as garotas possuem corpos realmente decentes, e são bem mais bonitas do que a média pornográfica da época. São ajudadas, claro, pela boa direção de cena, que compõe enquadramentos decentes, e pela iluminação forte e bem cuidada, que evita as famigeradas sombras que fodem com tantas fodas (e não apenas fodas nacionais).
O elenco selecionado na peneira inicial é separado em grupos, que devem improvisar cenas livres. Já na primeira, Débora Muniz interpreta uma dona de casa violentada por dois ladrões. Violentada é maneira de dizer, porque depois de um “não faça isso” pouco convincente, ela já está se entregando totalmente aos meliantes. Débora pode não ser lindona de morrer, mas tem uma belo corpo e sabe meter muito bem. A cena é bem dirigida e o threesome se desenrola naturalmente. Digna de nota também é a empolgação do diretor, e a (leve) perplexidade dos outros atores. Obviamente eles percebem que não basta rebolar pra conseguir um bom papel na peça. O lance é trepar mesmo...
A improvisação seguinte mostra um cara de pé, amarrado, sendo dominado por uma sexy dominatrix, que vai fundo num belo boquete, realmente bem interpretado e fotografado. A foda em pé também é digna de nota. Sem falar na empolgação do diretor que começa a mandar todos se masturbarem e “mexerem gostoso”, inclusive quebrando a quarta parede e falando diretamente pra câmera e para os punheteiros de plantão.
Letícia se mostra preocupada com a improvisação, ainda mais porque o seu grupo é composto só de mulheres. Depois dos ensaios, acaba indo dormir na casa da companheira de elenco, em busca de uma ideia pro laboratório. Mas como ambas estão travadas, a amiga chama o faz-tudo lá da produção da peça para trazer um baseado inspirador. Na cena seguinte, a garota surge vestindo um consolo e, logo quando achamos que vai rolar mais um threesome, ou pelo menos uma transinha lésbica, vem o corte.
Na realidade, estas cenas entre-fodas são hilárias, pois os diálogos são exagerados e as situações idem. As sequencias com a mãe carola, devota de Santa Ediwiges e as explicações psico-embromáticas do diretor são absurdas e divertidas.
A improvisação seguinte envolve um padre, uma devota (com cara de puta) e uma freira. As duas safadinhas são feinhas, mas metem decentemente. A cena envolve inclusive um breve anal (mas se você piscar, perdeu).
Finalmente chega a vez da apresentação da nossa heroína e suas amiguinhas. E o que vemos é uma baita mistura de fetiches e taras, com lolitas, pirulitos, bonecas, trancinhas nos cabelos, jumentos no cenário e um ursinho que mais parece um lobo mau numa fusão equivocada com um dos três porquinhos. Sem falar na trilha hilária que rima “não ligo” com “imbigo”. A feticharia é quente, ajudada pelos belos corpos das três atrizes e pelo ar inocente/maroto/quente de Eleni Bandettini (aliás, o nome dessa atriz é outro mistério, pois em certos lugares ela aparece como Eleni Benedetti, e em outros ainda como Elisabeth Bacelar).
Depois dos laboratórios, temos a primeira e única cena de sexo fora do palco. Letícia pega uma carona com o ator-padre-bigodudo, vai com ele num boteco tomar um chopinho e conhece o maior fotógrafo do Brasil, interpretado por um dos piores atores do universo. O cara se oferece pra fotografar a beldade e ela topa, deixando-se seduzir por sabe-se deus o quê, já que o fotógrafo é feio, travado, careca e não consegue nem mesmo ser canastrão.
Já no teatro, os exercícios se tornam grupais, o que significa... surubas! A cena em que Eleni simula a masturbação com um braço de manequim, ostentando uma flor na boca, é antológica. O strip-tease dela na escada não fica atrás.
Porém, começam a surgir desavenças entre Letícia e o tal Vítor (o ator bigodudo que fez o padreco lá do início), na disputa pelo papel principal. Por sorte, eles resolvem tudo numa orgia colossal, com direito a melancias, cenouras, abacaxis (!), vinho, dedões do pé e muito mais. Um clímax realmente épico para um filme sensacional.
No final, o diretor diz que a peça está pronta. E eis que a peça nada mais é do que um esfrega-esfrega entre os atores. Hilário!

Oh! Rebuceteio (1984)
Direção: Cláudio Cunha
Elenco: Eleni Bandettini, Jaime Cardoso, Inês Kalafi, Lia Farrel, Débora Muniz, Cláudio Cunha

2 comentários:

Almáhvida disse...

Oi!
Finalmente, depois de 30 anos de espera... acabei vendo o filme.
Olha... as mulheres são lindas (para o padrão 80's), mas, que me perdoem os defensores do cinema nacional, o roteiro, a atuação e a direção são lastimáveis! Nota máxima (em falta de qualidade) para o Cláudio Cunha, que é terrível em todos os quesitos.
Graças a Deus que depois deste lixo fez apenas teatro (1 peça só durante 600 anos).
Mesmo assim, adorei ver o filme, de tão medíocre. Dei risada de tão ridículo! Um clássico trash! Recomendo para ver com os amigos e cascar o bico!

Unknown disse...

Ótimo filme e a eleni é um espetáculo de mulher além de boa atriz

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