O título poderia sugerir uma grande viagem pornográfica oitentista, mas não vai além do banal. Aliás, no pôster ao lado, o título vira subtítulo e vice-versa. Coisas de Brasil...
O filme começa nos mostrando uma equipe de cinema gravando uma fita de sacanagem explícita. Porém, antes de mostrar as furunfações, o filme se perde em divagações de uma moçoila que não conseguimos descobrir o que faz na produção: é roteirista? Assistente de direção? Produtora? Editora? Contra-regra? Ou gostosinha faz-tudo?
A tal fica indo e vindo entre moviola e gravação, sempre invocando com uma fantasia de macaco que parece não existir de verdade. Ao mesmo tempo, destila pérolas pseudo-intelectuais numa locução em off risível.
A tal fica indo e vindo entre moviola e gravação, sempre invocando com uma fantasia de macaco que parece não existir de verdade. Ao mesmo tempo, destila pérolas pseudo-intelectuais numa locução em off risível.
Mas eis que, ao dormir, a fantasia de macaco ganha vida, e voz do Fred Flintstone, como em Coisas Eróticas - se bem que aqui tudo é explicitado, com direito a Yabba-Dabba-Doo e tudo. Esquisito...
Obviamente, o macaco alucinatório surge e desaparece antes de fazer qualquer coisa. E no outro dia, lá vai a garota pra moviola, assistir outras randômicas cenas pornôs, enquanto outras frases telúricas nos são apresentadas. As cenas, aleatórias, demonstram como a produção é preguiçosa, usando trechos de outras películas. E eis que a primeira sequência com começo, meio e fim é uma de sexo com um travesti. Cena tipicamente brasileira, tosca e nem um pouco excitante... Em seguida, temos uma DP, assistida por três garotas com cara de que “o que devemos fazer aqui além de sorrir?”. Logo depois, uma loira mandar ver um strap-on num cara, e você se pergunta se não pegou um pornô gay, por acaso. Mas não... pornô brasileiro era assim mesmo. Mistura total. Mas é o tesão, cadê?
Depois dessa desnecessariamente longa sequência, vemos uma morena se engraçando com uma banana. O problema é que o editor, que não sabe o que faz, insiste em enxertar cenas diversas e nem um pouco divertidas no meio. Salada é pouco.
Pelo menos depois temos uma alucinatória cena de sexo com a mocinha do filme, sem interrupções. Mesmo sem variações de posição, ela é bem filmada e a garota, por ser mais bonitinha do que a média, eleva o nível do filme (aliás, encontrei por aí citações de que a beldade é a Márcia Ferro, mas os créditos falam em Nice Dias, que parece ser Nice Furlan e... vai entender).
Voltamos então pro mix geral, com um threesome milico e enxertos de surubas básicas. A mocinha então volta a delirar, denta vez fora do filme, num boquetinho básico com gozada nos peitos.
A colagem segue, com orais mal-feitos e trepadas inexpressivas. E nada de diálogos. Só o modorrento monólogo da mocinha (economia braba!).
Chegando perto do fim, finalmente surge o macaco alucinatório do título. Só que o bicho não alucina nada. É apenas um anão dentro da fantasia mandando ver nas macaquices. Chegam a ser hilários os boquetes que as garotas fazem no pinto de plástico do macaco.
O pior é aguentar a paixonite da mocinha pelo símio. As trepadas se sucedem, geralmente ao ar livre, mas sem o menor frescor ou energia. E tudo acaba como começou, sem sentido e sem graça. Um desperdício de película, até mesmo para um pornô.
Alucinações Sexuais de um Macaco (1986)
Direção: Custódio Gomes
Elenco: Nice Furlan, Renata Gomes, Tatiana Mogambo, Alan Fontaine
Nenhum comentário:
Postar um comentário