Como você pode perceber por
este post, “Meatball” era um dos filmes que eu precisava ver nem que fosse pra descobrir que o trailer era bem melhor que o filme em si.
E realmente é, mas nem tanto assim. O trailer era tosco e divertido. E o filme é assim também: tosco e divertido. Só não é lá muito excitante...
Por localizar-se lá nos primórdios da produção pornô, o fil
me é um tanto quanto básico. E não sabe usar a sensualidade tanto quanto poderia. Afinal, o filme tem uma enfermeira – fetiche clássico – mas que não permanece muito tempo com o seu uniforme delicioso. Aliás, as mulheres ficam peladas rapidinho, e sem nenhuma cinta-liga ou mesmo calcinha mais excitante. Uma pena.
Outro fato engraçado é que as cenas de sexo muitas vezes não têm o clímax tradicional. Acabam no meio, meio que junto com a música, sem grandes gozadas ou coisa parecida. Aliás, quando as cenas de sexo começam, só a música permanece, sem sussurros e gemidos que por certo fazem falta.
Gerard Damiano, diretor de clássicos como “Garganta Profunda”, vale-se aqui do mesmo tom bem humorado, só que ainda mais escrachado, mesmo sem tanta diversão.
Tudo parece mais pobre – um único cenário; uma externa, mas sem sexo; uns risíveis equipamentos de papel-alumínio no laboratório... pornô-trash puro. E mais perto do fim, Damiano ainda usa cenas de arquivo com golfinhos e parques de diversão para fazer uma metáfora sexual, mas muito mais fraquinha do que a de “Garganta Profunda”.
Ainda assim, o filme tem seu charme. Demora pra engrenar no rala-e-rola, pois contextualiza tudo com Harold Reems e Andrea True devorando um hambúrguer preparado com o Elemento X (ou algo assim, mas nada a ver com o das Meninas Superpoderosas). O composto faz com que o Dr. Schmock (Reems) fique de pau duro de hora em hora, querendo meter sem parar na pobre enfermeirinha, pelo bem da ciência. Quando a garota perde as forças, o doutor usa sua máquina maluca para trazer outras garotas (e alguns garanhões) para mais algumas cenas de sexo.
Mesmo com Reems se fazendo de engraçadinho, o filme é mesmo de Andrea True. Longe de ser uma gata, ela consegue ser deveras sensual, equilibrando tudo com naturalidade e bom-humor ímpares nas cenas de sexo. Hilária é a cena em que o doutor a pega por trás e ela fica reclamando e dialogando, e tudo sem abandonar a vara do cara.
Outra garota com algum charme é Tina Russell, que também não é nenhuma beldade, mas causa alguma excitação com seus lacinhos no cabelo. O seu boquete em câmera-lenta é algo digno de nota.
As outras duas garotas que surgem são coadjuvantes de luxo. Tanto que, segundo o
iafd, não fizeram mais nenhum outro filme. Já os outros caras da história só estão lá porque tem um pau. E nada mais. Nem rosto eles parecem ter.
Sem grandes arroubos de originalidade, as cenas de sexo são interessantes. Mesmo nos threesomes ou orgias, não rola nenhuma cena de lesbianismo, o que nos causa estranheza nos dias de hoje. Mas ainda assim, as trepadas esbanjam naturalidade e espontaneidade, inclusive com algumas olhadelas pra câmera.
Interessante, mas nada além disso.
Meatball (1972 – 69 minutos)
Direção: Gerard Damiano
Elenco: Andrea True, Tina Russell, Harry Reems, Lotta Semen, Hadda Climax, Marc Stevens